Por um país de pobres…

Soubemos à pouco tempo que o número de portugueses empregados a ganhar o salário mínimo de 11,3% (em 2011) para 19,6% e a juntar a isto que estes anos de crise retiraram 7,6 mil milhões de euros aos salários e deram 2,5 mil milhões de euros ao capital!!! O que pretendo vos demonstrar é que esta política não foi um acaso…mas sim algo deliberado e prosseguido pela primeira versão desta coligação e que agora pretendem como PàF e o seu programa de governo continuar…

O objetivo: “empobrecer”

Cedo, muito mesmo, este primeiro-ministro anunciou logo ao que vinha, e fiquemos pelas palavras dele que é para não me acusarem de demagogo: “Não vale a pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair” e acrescentou “Mas se alguém souber de uma forma de diminuir a dívida, o défice, enriquecendo e gastando mais, digam, se fazem favor, porque todos nós estaríamos em condições de adotar essas medidas fantásticas.

Mas empobrecer quem?

Bem por lado assistimos nestes últimos anos por parte dos pequenos empresários, trabalhadores e assalariados, pensionistas e beneficiários de prestações sociais do estado e necessitados em geral a uma quebra brutal dos seus rendimentos e ou apoios, e os cálculos do INE são claros e não deixam margem para dúvidas!!!

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Por outro assistimos ao aumento em mais de 35% dos rendimentos de capital, mas tal seria bom se esse aumento de capital fosse por exemplo para portugueses, que assim poderiam aumentar o rendimento disponível global existente no país, o problema é que esse rendimento foi esmagadormente para os acionistas estrangeiros que compraram a preço de pataco empresas monopolistas e/ou quase isso e que viram estes rendimentos a serem exportados para Angola, China e outros países europeus!!! E no mercado de capitais, o lucro pelos juros cobrados ao estado português foi integralmente para o estrangeiro!!! Os pequenos acionistas foram lesados em grande parte pelas quebras nestes últimos quatro anos do setor bancário e das telecomunicações, empresas que têm essa apetência de atrair ou por transformar clientes em acionistas ou por causa da publicidade que fazem desses “produtos“!!!

No outro lado tivemos em quatro anos e meio um forte quebra dos rendimentos dos trabalhadores, o desemprego massivo que se verificou nos primeiros três anos foi corrigido, muito graças à emigração de mais de 300 mil, destruição de mais de 400 mil postos de trabalho e a programas de apoio público ao emprego que atingem mais de 300 mil, mas e não seria justo se dissesse que também foram criados novos empregos, e quais os rendimentos desses novos empregados? Pois esse é que é o problema, não só os contratos precários, a prazo, têm aumentado (totalizando no início de 2015 mais de 645 mil) como a sua duração tem sido restringida a um ano (mais de 80% da totalidade), como o aumento dos trabalhadores que recebe agora o salário mínimo passou de 1 em cada 9 (com 11,3%) em 2011, para 1 em cada 5 (com 19,6%) em 2005, ou seja mais de 73% de aumento!!!

Os pequenos e médio empresários também sentiram grandes aumentos de impostos, por exemplo, só o aumento do IVA na restauração criou só em 2013, mais de 76 mil desempregados (um quarto do emprego existente então neste sector) e a falência de milhares de estabelecimentos, o problema é que o risco de falência destes empresários aumentou e os seus capitais próprios têm diminuído para conseguirem, os que sobreviveram, aguentar os seus negócios. Mas mesmo que o número de falências tenha diminuído o facto é que só em 2014 é que o número de empresas criadas suplantou as falidas!!! Tivemos então três anos de falências massivas de PME´s por causa de um governo que olha para os pequenos e médios empresários como inimigos pois as únicas medidas que nesses anos efetuou neste sector foram o aumento dos impostos (IVA, IMI & tardias transferências e acertos a impostos cobrados a mais), o aumento das rendas e por esse motivo a expulsão deste tipo de empresários dos centros das cidades e medidas para a promoção da denuncia por parte dos cidadãos de comportamentos desviantes!!!

O aumento de impostos incidiu exclusivamente no rendimento do trabalho, e os cortes também se verificaram apenas e só nestes rendimentos, a juntar a isto os pensionistas, a tal “peste grisalha“, sofreram brutais cortes e os apoios sociais foram reduzidos de tal maneira que o “impacto das transferências sociais (excluindo as pensões) na redução da pobreza diminuiu de 29,2% em 2012 para 26,7% em 2013, o que sugere que o sistema de proteção social não foi capaz de lidar com o aumento repentino do desemprego e com o consequente aumento da pobreza” e que por esse motivo “o número de pessoas em risco de pobreza e exclusão social aumentou 210.000 entre 2012 e 2013 (27,4% da totalidade da população portuguesa), o aumento “mais alto” da União Europeia, apontando que os indicadores de pobreza em Portugal se têm deteriorado com a crise económica e financeira” isto segundo um relatório da Comissão Europeia!!!

O futuro pela PàF!!!

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Já aqui apresentei quais seriam as grandes promessas desta coligação, que referem pomposamente como garantias, e algumas medidas na área social, nomeadamente nas pensões e na privatização e por arrasto destruição deste sistema!!!

Mas podemos antecipar que 2016 não será diferente nestas àreas do que foi 2015, aliás o “mentiroso compulsivo” que nos desgoverna todos os dias já veio afirmar várias vezes que não entrará em aventureirismos nestas àreas!!!

Então o que se passou na área dos apoios sociais em 2015? A juntar-se às centenas de milhões nos anos anteriores juntou mais entre 270 a 370 milhões de euros, e a diferença tem a ver com se o governo corta mais ou menos aos que menos têm, como devem calcular a fasquia já revista aponta para o valor máximo nestes cortes!!! A juntar a estes cortes temos o já anunciado corte de 600 milhões nas pensões em pagamento para os próximos anos e a reposição em quatro anos, sem nenhuma garantia de concretização pois este “mentiroso compulsivo” quando fala verdade cai-lhe um braço e ele ainda tem dois!!!

Resumindo, a PàF propõem-nos continuar a sermos um país de pobres ainda mais pobres, de trabalhadores a receberem cada vez mais o salário mínimo e em contratos cada vez mais precários e que o capital estrangeiro dos amigos destes continue a beneficiar de forma despudorada dos lucros e dos juros “da nossa dívida pública“!!!

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O que temos que fazer é simples, é dar-lhes um PàF e escolhermos uma alternativa séria que seja o contraponto total entre estes que nos desgovernam todos os dias!!!

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